Criadora de conteúdo denuncia ter sido vítima de injúria racial na internet: 'palavras que não sou capaz de reproduzir'
Criadora de conteúdo, Gil Vianna tem quase 400 mil seguidores e em uma das postagens ela recebeu comentários racistas. TV Cabo Branco Uma criadora de conteúd...

Criadora de conteúdo, Gil Vianna tem quase 400 mil seguidores e em uma das postagens ela recebeu comentários racistas. TV Cabo Branco Uma criadora de conteúdo na internet, conhecida como Gil Vianna, denunciou um caso de injúria racial sofrida por ela em comentários feitos no perfil do Instagram. A mulher disse que fez um Boletim de Ocorrência para o caso ser investigado pela Polícia Civil. Em entrevista para a TV Cabo Branco, Gil Vianna, que tem quase 400 mil seguidores no Instagram, mostrou alguns dos comentários que recebeu em uma publicação que compartilhava a rotina dela na rede social. Entre as falas racistas, estavam as seguintes expressões: “sua macaca, você nem serve para a cama” e “sua macaca, devia voltar para a senzala”. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do PB em tempo real e de graça “A internet para mim sempre foi um ambiente muito tranquilo de lidar, porque eu falo com a minha comunidade. Em sua maioria, são mulheres negras, de cabelo crespo, ondulado e cacheado. Então a gente se entende. Do nada, eu me deparo com palavras que eu não sou capaz de abrir a boca para reproduzir”, comentou. Comentários racistas foram feitos por uma conta no Instagram em postagem de foto da influenciadora TV Cabo Branco A criadora de conteúdo comenta que o caso de racismo na internet abriu uma ferida sentimental nela, do qual se recupera até hoje e que será difícil superar. “Infelizmente, tenho certeza de que vez ou outra eu vou lembrar disso porque é algo que não sara, porque racismo dói. Enquanto criadora de conteúdo, eu hoje tenho voz, eu não podia deixar para lá", disse. No entanto, ela diz que a situação ajuda ela a orientar para as seguidoras, que em sua maioria são mulheres e negras, a denunciarem episódios do tipo que podem acontecer com elas também. "Eu precisei falar sobre isso com as minhas seguidoras, porque elas precisam entender de mim que estou ali falando com elas no dia a dia, que elas tanto atribuem a mim a força de ter aceitado a naturalidade do seu cabelo, o poder de ter sobre si a escolha a escolha de ‘hoje eu ter meu cabelo liso ou cacheado, outro dia meu cabelo trançado’, queria que elas entendessem de mim que elas não poderiam calar e deixar de lado de forma nenhuma”, ressaltou. O caso vai ser investigado pela Delegacia Especializada em Crimes de Racismo, localizada na cidade da Polícia Civil, em João Pessoa. Diferença entre racismo e injúria racial O crime de racismo, tipificado pela Lei nº 7.716/1989 de 1989, corre quando há discriminação generalizada contra um grupo ou coletividade com base na raça, cor, etnia, religião ou origem nacional. Como por exemplo: impedir que negros tenham acesso a um estabelecimento, a um emprego ou transporte público. Em 1997, a Lei do Racismo foi ampliada e se criou também o crime de injúria racial, que está associado ao uso de palavras depreciativas com a intenção de ofender a honra da vítima, de atacar diretamente a pessoa por causa de sua raça e cor. Nos dois casos, a pena é de 1 até 3 anos de prisão, mas no crime de injúria racial, que está apenas no Código Penal, e não na Constituição, o agressor tem direito a fiança e o crime pode prescrever. Entenda a diferença entre racismo e injúria racial Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba